quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ninguém é Juiz.

Costumamos julgar as pessoas. Gostamos de mostrar que estamos certos e que não fazemos o errado. Porém, o que e quem somos para julgar alguém? Somos todos seres puros de natureza perfeita? Quem nos garante que somos o certo?
Só e somente Deus pode nos julgar porque foi o poder concedido à ele. Ninguém mais pode querer julgar e condenar alguém sem saber o motivo da causa. 

Como eu já escrevi em um post anterior, pais costumam julgar e condenar os filhos por qualquer erro. Mas enquanto isso, estão em um conflito interior tentando mudar ou ignorar algo ruim que tem dentro de si, ou algum hábito. 

Acho que todos temos algum conflito com nosso interior, seja por arrependimento, ódio, amor, tristeza, etc. Um exemplo disso é quando ouvimos alguma música que nos lembra certa situação e dentro de nós, algo desperta e nos faz chorar ou sorrir. O choro e o riso deveriam ser irmãos, em minha opinião.
Quantas vezes quando estamos tristes, paramos e sorrimos para tentar amenizar a dor, e choramos pra lavar a alma. E quantas vezes acontece algo tão bom a ponto de arrancar lágrimas de nossos olhos e risos da nossa alma... É tudo tão bonito, tão profundo... Mas não é fácil enxergar.

É sempre mais complicado enxergar nossos próprios erros, isso porque a maioria não consegue olhar para dentro de si e avaliar seus conceitos. Eu costumo dizer para as pessoas olharem para si antes de ir julgar alguém. Se não somos melhores, como podemos falar dos outros? 

Não julgue se não sabe o que se passa. Não cobre se não pode fazer igual ou melhor. Olhe para dentro de si e preencha as falhas com compreensão, cautela, amor, amizade e tudo mais o que for bom.

domingo, 5 de junho de 2011

Saudade & Cobrança

Acho que não existe sentimento mais doloroso do que a saudade e a nostalgia. Neste caso é saudade, sentimento menos doloroso do que a nostalgia, ao menos. 
Mas independente disso, é duro se encontrar num local diferente de onde se foi criado, tendo de seguir outras regras, outro ritmo... Mudanças nem sempre são para melhor.

É ruim acordar triste e ir dormir chorando. É deprimente ser julgado o tempo todo sem o direito de defesa.
As palavras acabam nos calando se somos julgados e condenados por tudo o que dizemos. Não que queiramos ouvir que estamos certos sempre, pois por vezes agradecemos por termos sido vetados de fazer algumas coisas e ir à certos lugares.

Pais (Não só pais, mas especialmente eles.) pregam que os jovens sejam humildes, responsáveis e zelosos, porém, como foram eles antigamente? Como são eles hoje? 

Para julgar e condenar alguém, precisa-se ser superior ao mesmo. 
Como um pai pode cobrar humildade de um filho enquanto rouba, sonega e omite coisas da mulher, chefe, amigos e família? 
Como um pai pode cobrar responsabilidade de um filho enquanto deixa de cumprir sua palavra com o chefe ou família? 
Como pode uma mãe querer que seu filho zele pelo que tem, se nem ela mesma valoriza o que tem? 
É tudo uma questão de análise. Olhe para si e depois critique. 

Moral? Conquiste, não imponha.


sábado, 4 de junho de 2011

Um dos meus Devaneios

Nós temos família, mas eles estão sempre quebrando nossas crenças, como fizeram com as crianças esquecidas.
Nossos risos agora são para o ninguém, carregamos todos  aqueles sonhos que foram petrificados em nossoo peito como se eles nunca tivessem existido.
Nós somos como cães abandonados andando pelas esquinas sombrias em busca de refúgio. E os estranhos nos perseguem desconfiados. Um fracassado nunca tem o respeito dos outros.
"Persista!" Eu já ouvi isso antes. Não brinque, não falhe! Eles só estão esperando o momento perfeito.
Não queremos machucar ninguém como fomos machucados, não queremos ver novamente choros como os nossos, não queremos! 
Estamos tentando só por essa noite, esquecer o passado. Não conseguimos mais ficar sentados esperando pelo fim. Queremos algo para o qual viver e morrer.
Se você pode me levar até lá, me leve! Eu quero voltar a brilhar, quero acreditar que posso e depois erguer minhas mãos juntas aos céus em uma prece de agradecimento.
Olhe dentro do meu peito! Consegue ver aquele pequeno feixe de luz?! São meus sonhos renascendo das cinzas.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

É preciso viver para aprender.


Meu professor de geografia, desde pequeno foi criado em meio à classe média, tendo acesso a colégio particular e a bens materiais que desejava. Mas após seus 25 anos e a venda da empresa que seu pai possuía, ele resolveu iniciar seus estudos para ser professor e assim o fez. Após ter se formado, viu que trabalhar em apenas um colégio não era suficiente para se manter e manter sua família, e então foi trabalhar em mais dois ou três colégios, tanto particulares quanto públicos.

Ele contou um pouco sobre um desses colégios, um que fica em Nova Iguaçu, e os alunos são pobres ao ponto de irem à escola apenas para almoçar, sabendo que aquela poderia ser a ÚNICA refeição do dia.

Brevemente ele nos perguntou, o que desejaríamos se tivéssemos uma lâmpada mágica com apenas UM desejo. Sem exceções, todos os alunos pediram dinheiro, direta ou indiretamente. E então o professor perguntou se nós, sabendo que os alunos dessa tal escola eram pobres, saberíamos o que ele pediriam. Mas uma vez todos disseram dinheiro... Erradamente. Meu professor afirmou com toda convicção de que eles pediriam coisas que fazemos por diversão, quase diariamente. Como andar de carro, ir ao shopping, conhecer o centro de nova Iguaçu e até ter contato com um computador. Mesmo morando em nova Iguaçu, muitas crianças e jovens não conhecem o centro, não saem e nem tem contato com o mundo externo, apenas com a miséria.

Ele falou também sobre um aluno em especial, este que se chamava Alex (nome fantasia). Alex era um menino que estudava nessa escola onde meu professor dá aula e ele costumava ser dócil e prestativo, mas demonstrava um jeito meio afeminado. Esse aluno sempre procurava ajudar os professores com a mochila, livros e etc, o que fazia com que os professores ficassem de certa forma, encantados com a educação que ele tinha, mesmo sendo extremamente pobre.

Um certo dia, o professor chegou na escola e a diretora veio até ele, perguntando se ele sabia da história do Alex. O professor, sabendo das condições precárias de alguns alunos, procurava não perguntar nada para não causar constrangimento e coisas assim, e disse que não sabia de nada sobre o tal Alex. E foi aí que a diretora começou a contar sobre esse menino fazendo a primeira revelação sobre o mesmo, dizendo que ele era 'Soropositivo', ou seja, que ele era portador do HIV, e que ele o havia contraído do padrasto que costumava violentá-lo há anos, mas que agora o tal marginal estava na fase terminal da AIDS. E por este motivo, Alex não passava de ano: ia para a escola tenso, pois ficava pensando o que o esperava quando chegasse em casa. O professor nos disse que no mesmo instante que ouviu aquilo, sentiu o coração apertar e também uma vontade enorme de se vingar do padrasto da criança, que mesmo tendo 15 anos, era ainda considerado criança por não ser tão maduro. E agora, já um pouco mais velho, convive com o fato de ter tido a vida estragada por um animal, porque não podemos classificar o padrasto dele como um ser racional.

O professor disse pra gente que esse contato com essas pessoas de baixa renda e que sofrem coisas que nós não imaginamos que possam sofrer, causou um impacto enorme na realidade dele, fazendo com que ele crescesse interiormente, vendo que a vida dele não é tão ruim, quando comparada à dessas crianças e jovens.

Resolvi escrever sobre isso que ouvi hoje, porque foi uma história que me tocou muito, me deixando até emocionada e eu acho que serve para mostrar para todos nós que a nossa vida é boa. Muitos xingam aos quatro ventos quando não podem fazer algo que querem, mas veja bem, existem pessoas que não tem nem direito de escolher o que querem nem o que gostam. Enquanto nós temos nossa cama, celular, computador, escola boa e nossos pais querendo investir no nosso futuro... Eles não tem nem comida direito, mas seguem a vida sem perder a dignidade e nem a esperança, querendo apenas ter um futuro melhor.

Reflitam, faz bem.